terça-feira, 26 de abril de 2011

Vou falar de futilidades outra vez

Por isso, quem já não tem paciência para me ouvir, ainda vai a tempo de mudar de página.

Eu já sei que nós, mulheres, nunca estamos bem.
Temos sempre do que reclamar. Seeeeeeeempre.
Também temos hormonas a atrapalhar tudo.
Nuns dias acordamos e sentimo-nos lindas.
Noutros, não há nada que nos fique bem e queremos pegar fogo ao guarda-vestidos.

Na maior parte dos dias, eu vejo-me assim.
Uma orca do pescoço para baixo.
Mas que até é gira. Apesar dos dentes tortos.

Sim.
Eu acho-me gira.
Disse.
E agora podem ficar raivosos e chamar-me convencida.

Continuando.
Sou gira. Tenho um emprego decente. Sou engraçada ao ponto de ser parvinha.
Sou muiiiiito complicada, está certo. Mas não é difícil agradar-me.
Prefiro, mil vezes, jantar em casa do que ir ao restaurante.
Mil vezes, ver um filme em casa do que no cinema.
Gosto de segurar a porta e deixar entrar primeiro. Mesmo que seja um homem.
Gosto de oferecer flores.
Sou independente. Não exijo atenção a todas as horas do dia.
E a minha vida amorosa continua assim, hum, como hei-de dizer… Inexistente.

As minhas colegas com namorados e maridos, dizem todas.
Rita,aproveita ao máximo enquanto estás sozinha.Contam-me histórias de pôr os cabelos em pé.
Tipo, homens que lhes chamam gordas e feias e estúpidas. Quando não são nomes piores começados por p.

Nunca me chamaram gorda ou feia. Se chamassem, provavelmente acabavam numa cadeira de rodas.
Mas já houve quem me tomasse por estúpida; ainda há bem pouco tempo. E aí, não dou segundas oportunidades.

Fico com muita pena das minhas colegas.
Que também são miúdas giras. Espertas. Têm um humor genial.
E deixam-se tratar assim.
E continuam ao lado de patetas que as tomam como bens adquiridos.

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