quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Fim de tarde

Fui dançar. A t-shirt cheira a azedo da quantidade absurda de suor.

Devia estar feliz, mas eu tenho é um doutoramento em nostalgia.

Encostei o Alonso contra mim. Senti-lhe os ossos. E chorei como uma bebé.

domingo, 28 de agosto de 2011

Tu e eu começámos a trabalhar juntas.



E tu sabes que gostei logo de ti.

Ontem, às três e meia da manhã, quando tu eras incomodada por um rato e eu por pensamentos tristes, e o Facebook nos mantinha unidas apesar da distância, tive vontade de te dar um abraço.
Vontade de te proteger e de te dar força. Vontade de estar pertinho de uma pessoa tão boa.

S., dá-te ao luxo de ser feliz.
E se me sair o euromilhões torna-se público e oficial, um milhão é para ti.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Qual é a probabilidade

De no dia anterior ao da mudança, ser-se assaltada em frente à porta da casa nova?
Uma em um milhão, p'raí.
Eu sou a (in)feliz contemplada.

Foi à luz do dia. A minha memória é tão boa, mas eu nem consigo lembrar-me das feições de nenhum dos três rapazes. Nem do que traziam vestido.

Um deles bateu-me. Que raio de pessoa bate a uma mulher? Que nem lhe oferece resistência e lhe diz para levar o que quiser. Tenho um galo no sobrolho. Mas a ferida maior é o medo.

Um medo tão grande que me fez vomitar.
E que não me deixará dormir a noite toda, de certeza.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

E vou...

A Caminha tomar café e comer tostas de queijo.
Ouvir Oceano Pacífico no meu carro e chorar com as músicas românticas.
Vou mergulhar no mar bravo de Afife.
Vou a sardinhadas; onde vou ser a única a comer vegetariano.
Vou subir Santa Luzia à noite.
Vou comer gelados com a C. até ficar com diabetes.
Vou beber (leia-se embebedar-me com) caipirinhas da S..
Vou ao cemitério, falar com a minha avó.
Vou ler livros de enfermagem de manhãzinha, na Praia Norte.
Vou comprar fruta ao Continente.
Vou ao médico chinês. E ele vai tirar todos os nós do meu pescoço.
E vou ficar em casa ao Sábado de manhã, a ver televisão.

É mesmo muito fácil fazer-me feliz...

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Ora, é o seguinte

Dez meses em Inglaterra e o Youtube tornou-se o meu melhor amigo.

No outro dia reencontrei isto



Eu sei perfeitamente que sou desiquilibrada.
Mas não me sabia capaz de chorar e rir ao mesmo tempo.
Sóbria (bêbada, quem não consegue...?). E ainda por cima a ver isto.

Atenção que chorar e rir ao mesmo tempo é diferente de chorar a rir.
Eu comecei-me a rir do vídeo e acabei a chorar de saudade.
Porque este é um retrato tão bem feito da gente de onde eu venho :)

Eu pego nas palavras do Ricardo



E também digo: ó pá, não me chateiem.

Se há coisa que eu não su-por-to é pessoas que só falam de espiritualidade.
Pessoas que perderam a capacidade de ter uma conversa amena. Tudo tem de ser analisado e reflectido à luz de uma teoriazinha.
O quê? Comes meio litro de gelado? Ai isso é, evidentemente, não sei-quê-complexos-de-culpa.
Vens a Portugal? Eu acho isso tem a ver com a tua missão...

Estás a dizer que os homens te metem nojo? De certeza que isso é resultado de uma relação disfuncional com o teu pai, na infância.


Ó pá, pel'amor de Deus.

Eu como gelado porque é bom. Vou a Portugal ver um bocadinho de Sol, que cá está em vias de extinção. E os homens - a maior parte deles - pensa com a cabeça de baixo e sim, metem-me nojo, especialmente nús; e o meu pai foi o melhor de todos quando eu era pequena.

Eu acredito em energia. Acredito em vidas passadas. Em karma.
Acredito que muitas das nossas doenças são causadas por estados emocionais e por padrões de pensamento. Acredito na lei d'atracção.

Passo a vida a falar nisto? Não.
Nem ando sempre a impôr estas merdas aos outros.
Porque eu até posso estar errada e o céu e o inferno existirem mesmo.
E diz-me a experiência, que quem mais fala destas coisas, menos pratica. Tipo, pessoas que só comem saudável(porque o organismo tem de ser purificado e ronhónhó) e continuam gordas; é que à nossa frente comem alface, mas em casa têm bolachas debaixo da cama.
Falar é fácil... Sempre foi.
Por isso, deixem-me.

Obrigadas.

Convite

Convida-se toda-e-qualquer-pessoa-interessada a levar-me a festas, romarias, arraiais e-tudo-e-tudo de 26 de Agosto a meados de Setembro.

Obrigada.

:)

domingo, 14 de agosto de 2011

sábado, 13 de agosto de 2011

As últimas doze horas

Um turno da noite.

Custa-me pensar que nunca mais irei ver os meus doentes.
Que não estarei presente quando eles morrerem.

Uma altura tentei convencer o T. a tomar medicação.
Agarrou-me pelos colarinhos e mandou-me contra a parede. Bateu-me e por sorte não partiu o copo que eu trazia na mão.
Hoje o T. deu-me um abraço e eu tive de morder o lábio para não chorar.

O P. diz que a vida dele não vai ser a mesma, agora que eu me vou embora.
- Rita, I love you. I can't help it.
Podia ter-lhe dado um abraço também.
Mas estes dez meses de experiência ensinaram-me a manter a distância. A não ser que quisesse acabar com as mãos dele pousadas no meu rabo ou nas maminhas.

Estive no paleio com a W.. Sobre os sofás do IKEA, sobre gajos bons, e sobre gajos bons aprisionados entre uma de nós e um sofá do IKEA. Tudo conversas muito relevantes. E a ronda da medicação atradasa quase meia hora.

A S., era uma e meia da manhã, e ainda lutava contra o edredon (sim, leram bem - edredon; aqui o Verão é só imaginário).
Em vez de Temazepam, fui para a beira dela. Fiz-lhe festinhas no cabelo e na testa até ouvi-la a respirar fundo.

Li hoje no Facebook que aos olhos de não-sei-quanto-por-cento da população masculina, a mulher pefeita é morena, curvilínea e enfermeira.
Assim sendo...



Ahahahah!

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Saudade

É a minha palavra.

Imagino o céu de Viana no mês de Agosto. O calor. As cores.
As ruas cheias de gente. Os franceses. Os emigrantes.
Os cheiros. Pipocas, algodão doce, churros.
O mar e as manhãs da praia Norte. Aquela luz.
O português que troca os b's pelos v's.
Os adolescentes na Praça da República.
O Setembro à porta.
E tudo, e tudo.

É pecado querer trocar um trabalho novo por isto tudo?

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Toledo

Depois de dez meses em Inglaterra, e apesar de estar prestes-prestes a começar um trabalho novo, só quero ir embora.

domingo, 7 de agosto de 2011

Mudanças

2. A minha nova casa fica situada num gueto. Eu sou a única branca.
Um T0 minúsculo. Que ainda assim custa 570 libras.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Mudanças



1. Embrulhar copos com páginas de uma revista gay.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Quem tem amigos tem tudo!

Depois do pior fim-de-semana de trabalho que se possa imaginar, eu, a H. e o P. decidimos comemorar isso mesmo. O-pior-fim-de-semana-de-trabalho-ever!

Eu sou barata.
Dois copinhos e já estou a cantar.

A H. bebeu duas garrafas de Smirnoff Ice. E meia de Baileys.
Ela falava de coisas importantes. Eu só me ria.
Ela dizia-me ó-rita-eu-tenho-plena-consciência-do-que-estou-a-dizer.

Bebeu um copo de água entretanto.
Teve soluços.
Foi-se deitar e vomitou.

- Então, 'tás melhor?
- Ó pá, foi aquele copo de água que me caiu mal.

H., se leres isto, ficas a saber que há noites em que vou para a cama e me rio sozinha às tuas custas.