sábado, 30 de julho de 2011

Aqui a parola foi a Londres

Para uma entrevista de emprego.
Num grande hospital.
Numa unidade de agudos.

Dez mulheres numa sala de espera. Cada uma com o seu tique nervoso.
Uma de perna cruzada, a dar ao pé.
Outra a mexer no cabelo.
Uma a massacrar a cara.
Eu a roer o lábio.

Hoje de manhã ligaram-me.
Ao que parece causei boa impressão.
Apesar de ter ficado muda quando me pediram para descrever o electrocardiograma de um doente com enfarte agudo do miocárdio.

sábado, 23 de julho de 2011

Todos nós temos segredos

No outro dia, a E. estava sentada na casa de banho.
Eu a mudar as roupas da cama.

Ela ia-me gritando perguntas. Eu ia respondendo.
Filha única.
Pais em Portugal.
Sem filhos. Sem marido.


A hora era morta e ficamos a falar dos amores da nossa vida.

A E. amou o marido da irmã. Tanto, tanto, tanto...
Tanto que ainda hoje pensa nele e sorri. Mas de olhos tristes.

A E. casou com outro homem, que segundo ela, deu um bom marido e um bom pai.

Eu pergunto-me como é possível.
Como é possível dormir ao lado de uma pessoa e sonhar com outra? Ser tocada? Ter intimidade? Ter filhos?

Os filmes são sempre inspirados em histórias reais, não é?

terça-feira, 19 de julho de 2011

A vida dos outros dava um filme!

A C. é uma velhinha amorosa. Os familiares acham-na excêntrica e têm vergonha dela.
Nem lá põem os pés.

A C. era bruxa. Fazia mezinhas e feitiços com ervas e mais não sei quê.
Tem as sobrancelhas tatuadas. Outra tatuagem no pulso direito. E não me interessa que ela tenha noventa e tal anos. Eu acho o máximo!

Fala sozinha e trata a boneca como um bebé a sério. Atira-me beijos e pisca-me o olho.

A C. vivia numa casa velha e dava de comer aos ratos do jardim.
Toda a gente tem medo dela. Eu trazia-a cá para casa, se pudesse.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

O preferido!



O melhor fundo de ambiente de trabalho!
Ahahahah!

Quatro dias

Quarenta e cinco horas de trabalho.

A minha querida S. aconselhou-me este livro que eu li desenfreadamente noite dentro.
Chorei não de pena. Nem de raiva.



Chorei de medo.
Porque o mundo pode ser um lugar tão triste, feio e inseguro.

domingo, 17 de julho de 2011

Dinheiro

As miúdas que eu recebi cá em casa - sem conhecer de lado nenhum - não gastaram dinheiro para ver o Stonehenge de perto.
Viram através do gradeamento.

Por outro lado, gastaram dinheiro nisto.
Para mim, vale um milhão.

terça-feira, 5 de julho de 2011

A lamparina da Florence Nightingale

A romântica, que a gente aprende na escola.



A verdadeira.

Se tiverem oportunidade

Não deixem de visitar o Museu da Florence Nightingale em Londres.


É sair de lá de nariz empinado e com orgulho de sermos quem somos.

Começar bem o dia em London-city

Ir ao MSN e - pela primeira vez na vida - ouvir a minha mãe a chamar-me filhota.
Eu nem sou mimada. Mas gostei disto cumó caraças.

A última vez que estive de férias em Londres tinha quê? Dezanove anos?
Quatro anos passaram-se entretanto. Quatro anos que mais parecem vinte.

Na altura tinha o meu querido G. a fazer de GPS.
Eu não tinha de me preocupar com nada.
Nem com o meu fraco inglês. Nem com a confusão que é o underground. Nem com o dinheiro, que era dos meus pais.

Quatro (vinte!) anos depois.
Eu percebo e falo inglês fluentemente.
Acho o metro caótico mas desenrasco-me sozinha.
Gasto dinheiro meu.

Estou velha.
E o tempo continua a voar...

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Sofia

Este post é lamechas.

Mas eu gosto mesmo muito de ti.