sexta-feira, 18 de maio de 2012

Em Portimão

Muitos doentes no serviço.
Acabo a passagem de turno às nove da manhã.
Trabalhei dezassete horas.

Saio do hospital e é dia. O sol brilha. Não está muito calor.
Decido ir à praia, apesar de me sentir gorda.
Vou à Sport Zone comprar um bikini. Estou efectivamente gorda.
Mordo o lábio para não chorar. Amuo.
Pago trinta euros por um bikini com muito pano.

Vou ao Continente fazer compras para a semana.
Tomo o pequeno-almoço em casa. Pão com sementes. Queijo. Maçã. Café.

Olho pela janela enquanto como. Esforço-me por comer devagar.
Estou cansada, com sonos em atraso.
E feliz.

O meu trabalho deixa-me muito feliz.
O meu trabalho tem sido a minha salvação.
Sinto-me burra muitas vezes. E há um médico - malcriado! - que faz questão de me lembrar isso mesmo, cada vez que visita um doente. Eu, que até mantenho a calma e tenho paciência inesgotável, estive a um milímetro de o mandar p'ró caralho. E também não sou de asneiras...

Bem.
A minha cabeça anda ocupada. Com traçados de ECG, interpretação de análises, medicação que nem sei pronunciar o nome.
Enquanto isso...

Os espelhos já não são tão repugnantes. E a balança do serviço... Já estive mais longe de subir para cima dela.

1 comentário: