terça-feira, 10 de agosto de 2010

No Porto

O Porto é para mim, que sou da terrinha, uma cidade muito-muito confusa. Perco-me com facilidade, apesar de ter sido um verdadeiro GPS para as minhas queridas amigas, quando estávamos na Finlândia.

Os mendigos não nos deixam comer. Pedem-nos dinheiro nas esplanadas. Sem dedos; braços estropiados. Usam os olhos tristes dos filhos que têm. O que em gente como eu funciona sempre.

As pessoas falam-me em inglês, só porque trago comigo o mapa da cidade. E - não vou mentir - aproveitei-me disso.

Infelizmente, o típico portuguesinho só trata bem os turistas estrangeiros.
Se eu pedir uma salada, se faz favor, demoram meia-hora para me servir. Esquecem-se dos talheres e do guardanapo. Perguntam-me se quero alguma coisa para beber depois de acabar a refeição.
Se eu pedir one salad, please, demoram a mesma meia-hora, mas os talheres, o guardanapo e a bebida vêm ao mesmo tempo. Dizem-me enjoy your meal e fazem-me vénias.

Quem me conhece sabe que eu deixo gorjetas. Sempre.
Mas prefiro dar dinheiro a gente simpática. Por isso, faço-me de parva para ser bem atendida e ainda dou dinheiro a quem ganha uma mixaria.

Eu sei bem o que é a exploração humana nos cafés com esplanada, em pleno Verão.
De qualquer forma, sempre fui simpática com os meus clientes. Mesmo quando me pediam um café e queriam que eu adivinhasse que era curto e com adoçante.

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