quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Two

O K., de quem já falei aqui, nunca me dirigiu uma palavra desde que comecei a trabalhar no Centro.

Ontem dei-lhe de comer.
Falei com ele. Mesmo sabendo que não ia ter resposta.

- Blábláblá. One more spoon?
- Two.

Paralisei.

- K., say that again.

E ele ria-se sem dizer mais nada.

A voz é forte. Grave.
Não parece que vem de um homem magrinho de olhos azuis.
Tão frágil deitado numa cama.

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