segunda-feira, 30 de maio de 2011

O que vai na minha cabeça

A K. é uma senior carer que trabalha comigo.

Eu acho-a uma mulher-super-interessante.
Devo ser a única. Já que os meus colegas a odeiam.
E o meu chefe disse-me que nem que ela fosse a última mulher à face da Terra.

Pois bem.
Eu sonhei com ela.

E no meu sonho, a K. tinha um buraco na meia-calça.
Ó meu deuuuus.

Sofia, estou tolinha, não estou?

Tarde maravilhosa

Ver este filme e chorar como uma bebé com a banda sonora.

domingo, 29 de maio de 2011

Das 63558654556466854 fotografias que tirei em Roma

Duas têm, efectivamente, a minha cara.

Eu e dois pássaros.
Eu e uma freira.



sexta-feira, 27 de maio de 2011

Roma ou 'a minha vida dava um filme'

Primeiro dia.

Uma mulher sozinha em Roma passa perfeitamente despercebida.
Excepto para os abutres.

Os abutres sao aqueles homens que mandam bocas a qualquer coisa que se mexa.
Falam para mim e eu faço de conta que nao percebo.

Mas entao.
Estou eu numa piazza qualquer, a rodar o mapa em todas as direcçoes, quando vem um desses animais meter conversa.

Depois de dez minutos de pura seca - e' que nem a fazer o ar mais desinteressado possivel ele se foi embora - a conversa descambou.

Modo portugues activado.

- E tens namorado?
- Nao. Sou lesbica.
- Ah. Se calhar ainda nao encontraste o homem certo.
- Hum-hum. E tambem nao has-de ser tu, com certeza.
- Ahaha. Ok. Vemo-nos por ai entao.
- Ta'-xau.

Disposta a evitar outras situaçoes como esta, tive uma ideia espetacular.
Comprei um rosario e pu-lo ao peito.

Podem pensar que e' mesmo parvo. Mas sigam o meu racciocinio.
Os homens veem uma cruz.
Logo, pensam que eu sou extremamente devota.
Logo, conservativa.
Logo, uma seca na cama.
Ora, se es uma seca na cama. Ja nao tens interesse nenhum.

Acreditem ou nao, o rosario e' uma verdadeira arma corta-tesao.

Pensamentos no Vaticano

Padre?
O' meu Deus. Que desperdi'cio.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Finalmente...

... dou bom uso ao dinheiro que me custa tanto a ganhar.
Vale a pena trabalhar a milhas do lugar a que eu sempre chamei casa. Com gente chata, maluca e mal-criada.
Se isso me da' possibilidade de viver 'a moda dos dois u'ltimos dias.

Roma e' um lugar lindo para se escrever.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Depois da última postagem pergunto

Porque é que se escreve muito e não muinto?

domingo, 22 de maio de 2011

No outro dia falei com os meus pais pelo MSN

E o meu pai disse-me que estou bonita.
'Tá bem que os pais dizem sempre isto aos filhos.
Mesmo quando eles são obesos e um horror.

Mas este elogio vindo do meu pai, depois de um turno de doze horas, e com umas olheiras até ao queixo, soube assim.

Mui-tooooo bem :)

terça-feira, 17 de maio de 2011

Coisas que ainda me fazem rir, depois de tantos anos

Há uns sete anos atrás, fui a Andorra esquiar.

Perdidos no meio da neve, eu e os meus amigos, encontrámos um senhor sentado no chão.
A tentar levantar-se com os skis agarrados aos pés.
E sem muito sucesso.

Nós, que não dávamos uma para a caixa em espanhol, arriscámos.
- Ei! Tire lós skis. Tire lós skis.

O homem olha para nós e agradece.
- Grácias.

Viramos costas e ouvimos.

- Porra p’ra esta m*rd*. Pó c*r*lh* que f*d* isto.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

No outro dia lembrei-me

E se o anti-cristo não for um homem?



Ahahahah!

No meu trabalho, há uma enfermeira indiana

No outro dia, eu e a Y. trabalhámos no mesmo piso.
Às seis e meia da tarde fomos para o escritório fazer registos.
Sem perceber muito bem como, a minha vida privada virou tema de conversa.

Modo português activado.

- Então? És casada?
- Não.
- Namorado?
- Não.
- Porquê? És uma rapariga bonita. Tens de arranjar alguém.
- Talvez. Mas não estou interessada.
- Mas sabes, uma mulher só se sente completamente realizada ao lado de um homem.

Eu, que tenho pavor a estas conversas, tive vontade de ser maldosa. De dizer:
Isso é o que tu pensas. Lá na Índia envenenaram-te a cabeça. Aposto que aos sete anos já estavas prometida a alguém...

Em vez disso, respondi:
- Talvez. Para já estou bem sozinha...

Sou muito grata por ter nascido num país e numa família que me deram opções.
Nunca fui obrigada a nada. Ou quase nada - a minha mãe obrigava-me a comer farinha de pau com peixe quando era pequena. Entre outras coisas.

Eu falo-falo-falo, mas já não sei como é estar numa relação. Assim, a sério.

Aposto que tem coisas giras.
Tipo.
Dormir em conchinha.
Ter alguém para falar sobre o inferno que é o nosso trabalho.
Ver filmes enroscadinhos.
Fazer amor várias vezes por semana.
Sentirmo-nos protegidos.

Mas... Tirando a parte de fazer amor, eu consigo fazer tudo o resto com os meus amigos.

Se esta felicidade que sinto - ainda que estando sozinha - não é realização.
O que é então?

domingo, 15 de maio de 2011

E ainda insuportável

Encho a banheira e falo sozinha.

- Salve. Arrivederci. Parlo poco italiano.

Blábláblá.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Estou oficialmente


In-su-por-tá-vel!

quinta-feira, 12 de maio de 2011

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Decidi-me!

Depois de horas a fio, no site da e-dreams, à procura de viagens baratas, deixei-me de forretice.
Fechei os olhos e peguntei-me ó Rita, onde é que tu gostavas - mesmo! - de ir?


Vai-se lá saber porquê, respondi Roma.
Eu que nunca achei piada nenhuma a Itália...

E pronto.
Nova pesquisa.
Agora, o primeiro vôo que aparecer compras. Nem que custe 300 libras!

130 libras.
Olha a minha sorte! :)

terça-feira, 10 de maio de 2011

Eu sou a nova pedófila da zona

Esta miúda tem dezasseis anos e eu perdi-me logo de amores.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

O meu blog devia ter bolinha vermelha

Há uns tempos atrás, quando confessei ter-me entubado a mim própria, a C. contou-me que ficou a pensar nisso durante uns dias.

Os meus pais dizem para eu ter muito cuidado com o que escrevo aqui.
Porque a forma nem sempre é a mais correcta.
E posso - como eles dizem - ferir susceptibilidades.
Ser mal interpretada

Mas, minha gente.
Para quem não tem dinheiro para psicoterapia constante, um blog é um tratamento excelente. Eficaz e barato.
Não obrigo ninguém a vir cá ler as parvoíces que escrevo. Muito menos a gostar delas.

Este blog tem mais teias de aranha do que comentários. Factóide.
Mas, às vezes, há pessoas - sem ser a minha mãe - que me dizem que vêm cá todos os dias.
Que se vêem um bocadinho nas minhas palavras.
Há quem seja mais tolinho do que eu e me incentive a escrever um livro.

Por muito poucos que sejam aí desse lado.
E apesar de me deixarem a falar p'ró boneco a maior parte das vezes.
Agradeço o mimo.

Se és enfermeira

Há uma grande probabilidade de as pessoas acharem que és santa.
Eu não sou.

Contrario em muito as tendências inglesas.
Os enfermeiros daqui adoram fechar-se nos escritórios a preencher papéis.
Dar ordens aos auxiliares.
Eu gosto de ir trabalhar com eles.

Suar a dar banhos.
Ver-me grega para fazer um doente agressivo engolir medicação.
Limpar merda. Porque não?
Orgulho-me de ter dado uma lição a esta gente.
Que pensavam que, por ser nova na profissão e no país, era tontinha.

Longe vai o tempo em que as enfermeiras eram freiras.
Eu sou enfermeira e gosto de sair à noite. Gosto de me embebedar de vez em quando.
Gosto de dizer disparates e rir alto.
Gosto de piercings, tatuagens, rastas e pessoas que se vestem de preto.

Eu sou enfermeira. Gosto de me sentir útil aos outros.
Mas só porque ser útil aos outros, faz-me feliz a mim.
A questão, no fim de contas, sou sempre eu.
Sou tão egoísta como o resto da humanidade.

domingo, 8 de maio de 2011

Veio pelo correio



Quem me dera ter uma resposta na ponta da língua.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Coisas dos bifes

Os ingleses adoram falar sobre o tempo.
Não para matar silêncios.
Levam a coisa muito a sério.

O tempo na Inglaterra é igualzinho a mim. Bipolar.
Ora Sol, ora chuva.
A única diferença é que eu dou bom tempo com mais frequência.

Esta gente leva com água vinda dos céus em, pelo menos, 60% dos dias do ano.
Dias seguidos de sol e calor são raridades e alteram-lhes o humor.
De repente, os ingleses até parecem gente simpática e de bem com a vida.

Quando digo que sou uma rainy person, ficam a olhar para mim. Como se eu fosse tolinha.

A verdade é que com a Primavera vieram os dias secos.
E eu, que sou (mesmo) tolinha, ponho esta música em casa.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Dia ganho

Quando comecei a trabalhar, não percebia metade do que os doentes diziam.
Graças a isto, o R. chamou-me muitas vezes de useless.
Chegou a rejeitar cuidados prestados por mim. I want somone who can understand english.
Uma altura, disse-me com todas as letras: I want to die. And I want you to go to hell with me.

Seis meses depois, o R. chama-m darling e pet.
Hoje, foi a cereja em cima do bolo.
- Rita, you are the best of the lot.

Fechei a porta atrás de mim e senti-me feliz-feliz-feliz.
Mais do que feliz. Orgulhosa.

Coisas que eu adoro

Em vez de me chamarem nurse, chamam-me sister.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Factóides

Os homens não gostam de mulheres independentes.
Não lhes dão tesão.

Dão-lhes medo.

Se sofre do coração, não veja



A-doooo-ro!
E não digo mais nada.
Que os meus pais vêm cá cuscar.

:)

Eu e a A.

Cantavamos isto às refeições.
Quando eu já estava um bocado tocada.
Ahahahahhaha!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Vai-passar-vai-passar-vai-passar

Hoje.
Meu Deeeus.

Hoje, cada minuto demorou a passar.
Queria estar em todo o lado. Menos aqui.
Um aperto no peito.
A angústia é tão grande que nem me deixa chorar.
Sinto tudo tão - mas tão! - longe.

domingo, 1 de maio de 2011

Emigrante

Que se preze gosta destas coisas!

Aceitam-se sugestões

Para um destino de férias.
Lindo.
Barato.
E cheio de gays*, se faz favor.

* Que é como quem diz, reduzida probabilidade de uma mulher sozinha acabar rodeada de abutres.

Para a minha mamã



Beijinhos, beijinhos, beijinhos.