sábado, 29 de janeiro de 2011

Ora tentem adivinhar...

O título deste post através da seguinte imagem.



a) 'Tou tola.

b) Já tenho idade para ser uma mulher séria.

c) Não sou eu na fotografia.

Conclusões do fim-do-mês

Ao contar as horas de trabalho do mês de Janeiro concluí:

Estou morta e ainda não dei por isso.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Sei lá o que isto é...

A prova de que eu fui programada para ficar sozinha é mais do que evidente.
Já me vejo cinquentona, gorda, de robe em casa.
Com um gato a fazer-me companhia.

Eu canso-me das pessoas.
Não faço de propósito.
Nem consigo explicar bem.
Mas canso-me. Mesmo quando elas são um amor.

O R. passou uns dias cá em casa.
Fez-me tratamentos ao chakra.
Cozinhou para mim.
Assistiu às minhas orgias alimentares sem proferir uma palavra de censura.

Até aqui tudo bem.
Mas depois deixava-me a louça por lavar.
Roupa espalhada pela casa.
Cama por fazer.
Falava durante os filmes.

Pormenores. Que eu, sem querer, transformo em desgraças.
Até digo para mim mesma ó Rita, deixa de ser parvalhona que toda a gente tem defeitos.

O R. tem mais qualidades do que defeitos.
E não sei porque é que os defeitos pequeninos me enervam tanto.
Estou sozinha há muito tempo e quero tudo à minha maneira. É isso.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Pequeninas. Coisas pequeninas.

Na teoria, trabalho 42 horas por semana.
Na prática, 54.

Pedem-me para fazer horas extra. Substituir colegas.
E eu não me importo.

Em compensação vou de férias em Fevereiro.

Vou ao meu país.
Sentir o cheiro da praia Norte. E ouvir as ondas.
Vou conduzir do lado direito da estrada.
Comer o bolo de bolacha da minha mãe.
Abraçar a Sandra.
Estar à lareira da casa dos meus pais.
Ir ao Continente.

Two

O K., de quem já falei aqui, nunca me dirigiu uma palavra desde que comecei a trabalhar no Centro.

Ontem dei-lhe de comer.
Falei com ele. Mesmo sabendo que não ia ter resposta.

- Blábláblá. One more spoon?
- Two.

Paralisei.

- K., say that again.

E ele ria-se sem dizer mais nada.

A voz é forte. Grave.
Não parece que vem de um homem magrinho de olhos azuis.
Tão frágil deitado numa cama.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Hoje é Quinta-feira

E a este ritmo, as molas da minha cama não duram até ao próximo fim-de-semana.

Ahahahahah.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Jantar romântico

Ele. Folhinhas de rúcula e tostinhas de aveia.
Ela. Pizza e Coca-Cola.

Ele - No Tesco há umas comidas biológicas muito fixes. E baratas.
Ela - Hum, hum. E uns profiteroles es-pe-ta-cu-la-res!

sábado, 15 de janeiro de 2011

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Recorde - só mais um!

Doze horas de trabalho.
Sem um único chichi.
Almoço às quatro da tarde. Uma sopa e uma banana.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Ó não!

Faltam quatro dias e eu com o bigode por fazer!

domingo, 9 de janeiro de 2011

Delícia

Para mim.
Ver a P., sentada numa cadeira, a falar com o peluche do Noddy.

Para o G..
Estar no café e apreciar o rabo do rapaz sentado na cadeira da frente.

Quando eu andava na faculdade...

Sonhava em trabalhar nas urgências. Ou com crianças.
Comecei a trabalhar com velhos. Muitos deles quase a morrer.
Agora sonho com um mestrado em cuidados paliativos.

Quando o K. chegou ao Centro, quase não reagia.
Era um caso perdido para a medicina. E para a família também.
Cortaram-lhe a medicação. Só paracetamol em caso de febre.
Esperava pela morte. Sem muitas interferências.

Aqui entramos nós.
Posicionamentos de duas em duas horas. Alívio de zonas de pressão.
Banhos na cama todos os dias. Trocar fraldas.
Dar de comer. Papas e purés.
Falar com ele, ainda que sem respostas.

Hoje em dia, o caso perdido ri-se quando nos vê.
Fica sério quando lhe desfazemos a barba.
Abre a boca e põe a língua de fora para receber as colheres de comida. Bebe sumo como se não houvesse amanhã.
Já o sentamos na cama. Qualquer dia passa para o cadeirão.

Agrada-me pensar que se está à espera da morte, espera quentinho, confortável e de barriga cheia.

H.

Sei que nunca irás ler isto. Nem compreender.
Mas intrigas-me muito.

Vejo o teu marido que te visita.
A quem abraças num minuto.
E no seguinte não conheces. E foges dele.
E ele espera por ti, sentado numa cadeira.
Até que voltes e lhe sorrias outra vez.

Sei que quando mexes muito na roupa, queres fazer chichi.
Quando choras e eu te abraço contra o peito, entrelaças as mãos atrás de mim.
Que dizer-te que estás bonita, sentar-te numa cadeira e pôr-te música, tem o mesmo efeito que um Lorazepam.

No outro dia, no meio das tuas palavras soltas que não fazem muito sentido juntas, disseste-me:
You are nice.
E eu gostava que esse fosse um momento de lucidez.
Ainda que muito rápido.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Coisas parvas, episódio já-não-sei-em-quantos-vai

Quando eu andava na faculdade, gostava de ir ao shopping com as minhas amigas.
Experimentar roupa que seria incapaz de usar na rua.

Um dia, no meio da loja, vesti um casaco de pêlo e calcei uns sapatos vermelhos de tacão alto. Lembro perfeitamente do meu discurso:
- Eh... A clearance renal de creatinina... Eh...

Para quem anda ou andou na minha faculdade, a imitação é óbvia...
Na altura, eu, a V. e a X. rimo-nos muito juntas.

Agora não tenho ninguém para ir às compras comigo.
Vou sozinha.
Vi uns sapatos pretos, de verniz. Tacão agulha.
Combinam mesmo bem com o meu corpete.

Subi para cima deles. Um metro e oitenta de altura.
Pernas alongadas.
Vinte e cinco libras em saldo.
Ideais para soltar a fera adormecida.

Não trouxe.
Sapatos de senhora apertam muito os dedos dos pés.

Carla

Posso não te dizer, mas penso muito em ti.
Todos os dias.

Ossos do Ofício

A K. é uma velhinha amorosa.
Desde que não lhe toques.

Tem uma úlcera de pressão na região sacral.
Queria dar-lhe banho.
Mudar-lhe a fralda.
Tirar o chichi e o cocó do contacto com a ferida.
Deixá-la confortável.

Cuspiu-me.
Chamou-me puta.
Arranhou-me os pulsos.
Tentou morder-me.
Gritou por ajuda.
Beliscou-me a maminha direita.
Ameaçou processar-me.

A levar porrada todos os dias não chego aos trinta.

Tarde maravilhosa

Ver este filme e chorar sem fim.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Depois do último post

Lembrei-me.
Ó mái góde! O meu pai também lê o blog.

Olá papá.
Não vale a pena comprares uma arma de fogo.
A sério.

Os Homens são de Marte


Hoje isto chegou-me às mãos.
Ao ver um anjinho na capa, não imaginava o que estava para vir.

... I wish that you always have someone close to you, someone who will warm up your beautiful heart and keep your pussy wet...



Só tenho uma coisa a dizer. What the fuck?

Eu não percebo nada de homens.
A maior parte deles - tirando os gays - funciona a um ritmo que me passa completamente ao lado.

Algum marciano me explica o que isto quer dizer?

'Tá bem que a gente não desenvolve.
'Tamos a demorar mais do que é costume.
Mas agora que eu até comprei uma lingerie bonita, ele vem-me falar em someone.

E este vocabulário...
Para piorar a situação, eu fico toda tola só de imaginar estas palavras a saírem-lhe da boca.

Santa paciência, R.
Vais levar comigo na Sexta, dia 14.
Bêbada como um cacho.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Professor Pedro

Mais um post para si.
Se nunca viu este filme, corra.

A prova

De que a Rihana estraga as músicas todas está aqui.

Já que não posso ter um gato a sério no apartamento


domingo, 2 de janeiro de 2011

Os Trabalhos de Casa

Não acabam com a faculdade.

Há medicamentos que eu nem sei pronunciar o nome.
Não faço ideia para que servem.

Resultado.
Ando sempre com a cara enfiada num livro.
Perco horas na internet. Dou cabo dos olhos com a radiação do computador.

A boa notícia é que, ao fim de quase dois meses, os nomes já não parecem assim tão assutadores.

Sei perfeitamente que a M. - de quem já falei aqui - toma sulfato ferroso para prevenção da anemia ferropénica.
Agora posso ir ao Google e ao Youtube. Não para ver como o sulfato ferroso actua ao pormenor. Mas para aprender as músicas de que ela gosta.





No próximo turno posso cantar com ela.
E desta vez não preciso de inventar a letra.