sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Dois de Dezembro

Saio do Centro às nove da noite.
Treze horas de trabalho.
Vou a pé para casa.
Muito frio. Neve. Corpo dorido.
Tomo banho com água a ferver.
Olho a noite pela janela.
Demasiado cansada para pensar.

Tocam à campainha.

Do outro lado da porta lá está ele.
Não foi convidado.
E sabe que mesmo assim é bem-vindo.

Abro a porta e deixo-o entrar.



Ontem eu fiz Amor.
Não aquele amor em que se troca cuspe e orgasmos.

Fiz Amor, Amor.

Abracei-o e ficamos assim muito tempo.
Em vez de me tocar nas maminhas, cheirou o meu cabelo.

Hoje de manhã deixei-o partir.
De volta à República Checa.
Se calhar nunca mais o vejo.
E não estou triste.

Eu fiz Amor.
Daquele que não pede nada em troca.

1 comentário:

  1. Gosto desse amor.
    É puro, simples,
    E sabe bem...

    Sabe a chocolate :)

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