sábado, 4 de dezembro de 2010

Estas mãos


Que vivem debaixo de água e desinfectante, têm tanto para contar.

Já tocaram em sangue que não era meu.
Saliva que não era minha.
Bebés por nascer.
Mortos.
Estas mãos dão de comer. Lavam e aliviam dores.
Já tocaram outras peles. Muitas peles. Tanta gente.

Eu gosto delas.
Os utentes também.
E enchem-nas de beijos.

2 comentários: